Gangliosídeos são um tipo de glicoesfingolipídeo de membrana plasmática encontrados, principalmente, nas membranas das células nervosas, recobrindo parte da superfície celular, onde formam um padrão célula-específico. Sua porção hidrofóbica adere à membrana e a parte hidrofílica, voltada para o meio extracelular, é composta por resíduos do ácido siálico e tem carga negativa.
O padrão célula-específico muda durante a diferenciação celular e nas neoplasias, servindo como receptor para a sinalização entre células e o meio extracelular.
Os ganglicosídeos tem ação imunomoduladora, inibindo a proliferação de células da resposta imune, principalmente, na inibição linfocitária e da síntese da interleucina 2 , mas também na modulação dos sinais celulares, como adesão e reconhecimento celular.
Embora existam diversos tipos, os monossialogangliosídeos (GM1), os dissialogangliosídeos (GD1a, GD1b ) e os trissialogangliosídeos (GT1b) representam mais de 90% do total de glicosídeos presentes no cérebro. Todos eles são constituídos do mesmo tetrassacarídeo, variando apenas a quantidade de resíduos de ácido siálico ligado.
O GM1 está envolvido nas funções de crescimento, reconhecimento e diferenciação celular, e proteção contra a ação dos radicais livres no sistema nervoso central.
A presença de anticorpos anti-GM1 pode estar relacionada à neuropatia motora multifocal (NMM).