O diagnóstico da esclerose múltipla é realizado com base na presença de manifestações clínicas características. A ressonância magnética, a pesquisa de bandas oligoclonais no líquor e o índice de IgG são exames complementares utilizados como suporte diagnóstico. A pesquisa de bandas oligoclonais no líquor pode ser feita por eletroforese de proteínas ou isoeletrofocalização em gel de agarose. Segundo o consenso para a recomendação da análise do líquor para o diagnóstico da esclerose múltipla, a isoeletrofocalização em gel de agarose seguida de imunodetecção da IgG por imunofixação é o padrão ouro para a detecção de bandas oligoclonais, devido a maior sensibilidade (a sensibilidade da eletroforese de proteínas é 63% e da isoeletofocalização é 95%). Para a pesquisa de bandas oligoclonais por isoeletrofocalização, é necessária a análise simultânea de amostras de líquor e soro.
Bandas oligoclonais são definidas como a presença exclusiva de duas ou mais bandas de IgG no líquor, significando síntese intratecal de imunoglobulinas. Bandas oligoclonais não são específicas para esclerose múltipla, podendo ser observadas em outras doenças autoimunes, infecciosas e neoplásicas do sistema nervoso central. Cinco padrões clássicos são descritos no exame de pesquisa de bandas oligoclonais por isoletrofocalização: ausência de bandas no líquor e soro (Tipo 1, perfil normal, ausência de síntese intratecal de IgG);
duas ou mais bandas no líquor e ausência de bandas no soro (Tipo 2, síntese intratecal de IgG); duas ou mais bandas exclusivas no líquor, associadas a bandas adicionais idênticas no líquor e soro (Tipo 3, síntese intratecal de IgG com inflamação sistêmica); duas ou mais bandas idênticas no líquor e soro (Tipo 4, inflamação sistêmica com transferência passiva para o sistema nervoso central, ausência de síntese intratecal de IgG); banda monoclonal no líquor e soro (Tipo 5, componente monoclonal IgG, ausência de síntese intratecal de IgG).