Monkeypox

Categoria: Exames | Data: 04.09.2024
Monkeypox

Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma infecção zoonótica causada pelo vírus mpox, pertencente ao gênero Orthopoxvirus. A doença se caracteriza por erupções cutâneas e lesões na pele, especialmente no rosto, nas palmas das mãos e nas solas dos pés.

Existem duas variantes principais do vírus: a cepa da Bacia do Congo (África Central) e a cepa da África Ocidental. A cepa da África Ocidental tende a provocar sintomas mais leves em comparação à da Bacia do Congo.

Transmissão
O vírus é transmitido principalmente pelo contato direto ou indireto com sangue, contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas, objetos recentemente contaminados e fluidos corporais, sendo as crostas especialmente contagiosas. Objetos contaminados, como roupas, toalhas e utensílios, também podem disseminar o vírus.

O vírus pode ser transmitido de uma gestante para o feto via placenta ou de um cuidador infectado para a criança durante ou após o nascimento, através do contato pele a pele. Ainda não está claro se pessoas assintomáticas podem transmitir a doença.

Sinais e Sintomas

A mpox apresenta sinais e sintomas que geralmente surgem dentro de uma semana após a exposição ao vírus, mas podem aparecer em um período que varia entre 1 a 21 dias. Esses sintomas costumam durar de 2 a 4 semanas, podendo se estender mais em pessoas com o sistema imunológico comprometido.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Erupção cutânea
  • Febre
  • Dor de garganta
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Dor nas costas
  • Fadiga
  • Inchaço dos gânglios linfáticos

Para algumas pessoas, a erupção cutânea é o primeiro sinal da doença, enquanto outras podem apresentar febre, dores musculares ou dor de garganta antes das lesões na pele. A erupção geralmente começa no rosto e se espalha pelo corpo, atingindo as palmas das mãos e as solas dos pés. Em alguns casos, as lesões podem surgir em áreas de contato, como órgãos genitais. As lesões começam como manchas planas, que evoluem para bolhas cheias de líquido, provocando coceira ou dor. À medida que a erupção se resolve, as bolhas secam, formam crostas e eventualmente caem.

A quantidade de lesões varia; algumas pessoas têm poucas, enquanto outras podem apresentar centenas. As lesões podem surgir em várias partes do corpo, incluindo:

  • Palmas das mãos e solas dos pés
  • Rosto, boca e garganta
  • Área genital e virilha
  • Ânus

Em alguns casos, podem ocorrer complicações como inchaço doloroso no reto (proctite) ou dificuldade ao urinar e engolir devido à dor. A transmissão do vírus pode ocorrer enquanto houver lesões ativas, até que uma nova camada de pele se forme. Embora seja possível contrair mpox de alguém assintomático, essa forma de transmissão ainda não é bem compreendida.

Crianças, gestantes e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como aquelas vivendo com HIV mal controlado, têm maior risco de complicações graves e até morte. Em casos mais severos, a mpox pode causar infecções bacterianas na pele, resultando em abscessos ou lesões graves. Outras complicações incluem pneumonia, infecções oculares que podem levar à perda de visão, problemas para engolir, vômitos e diarreia que causam desidratação ou desnutrição, além de infecções no sangue (sepse), no cérebro (encefalite), no coração (miocardite), no reto (proctite), nos órgãos genitais (balanite) ou nas vias urinárias (uretrite). Em alguns casos, a mpox pode ser fatal.

Diagnóstico

O diagnóstico de mpox pode ser complicado, pois os sintomas se assemelham aos de outras doenças e condições. É essencial diferenciar a mpox de infecções como varicela, sarampo, infecções bacterianas na pele, sarna, herpes, sífilis, outras infecções sexualmente transmissíveis e até reações alérgicas a medicamentos. Uma pessoa com mpox pode, inclusive, ter outra infecção sexualmente transmissível simultaneamente, como sífilis ou herpes. Da mesma forma, uma criança com suspeita de varicela pode ter ambas as doenças. Por isso, testes precisos são essenciais para garantir o tratamento precoce, evitando complicações graves e a disseminação do vírus.

O método de diagnóstico preferido para mpox é a detecção do DNA viral por meio da técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase). As amostras mais confiáveis são coletadas diretamente das lesões cutâneas, como pele, fluido ou crostas. Na ausência de lesões visíveis, o teste pode ser realizado utilizando amostras colhidas com cotonetes na garganta ou no ânus. Exames de sangue não são recomendados, e a detecção de anticorpos não é eficaz, pois não distingue entre diferentes ortopoxvírus.

Recomenda-se que adultos com mpox e, quando apropriado, crianças, sejam testados para HIV. Além disso, deve-se considerar a realização de exames para outras doenças, como vírus varicela-zóster (VZV), sífilis e herpes, sempre que possível.

Tratamento e Vacinação

O tratamento da mpox tem como foco principal o cuidado das erupções cutâneas, o controle da dor e a prevenção de complicações. Fornecer cuidados precoces e de suporte é essencial para ajudar a aliviar os sintomas e prevenir problemas adicionais.

A vacinação contra mpox pode ajudar a prevenir a infecção, servindo como profilaxia pré-exposição. A vacina é recomendada para pessoas com alto risco de contrair a doença, especialmente durante surtos.

Atualmente temos no mundo duas vacinas:

Jynneos

É uma vacina de vírus vivo atenuado, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic. É recomendada para adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV. A vacina é administrada em duas doses de 0,5 ml cada, por via subcutânea, com um intervalo de 4 semanas entre as doses. De acordo com estudos clínicos, a Jynneos é 85% eficaz na prevenção da mpox.

ACAM2000

Esta vacina foi aprovada durante o surto de 2022 e é administrada em dose única por via percutânea. No entanto, apresenta mais efeitos colaterais e contraindicações do que a Jynneos e não existem estudos recentes que avaliem a sua eficácia exata contra o vírus da mpox.

No Brasil a dia 15 de agosto de 2024, o Ministério da Saúde anunciou que está em negociação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para a compra emergencial de 25 mil doses de vacinas contra a mpox. A doença foi classificada como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional.

Durante a primeira emergência global de mpox, em 2023, a Anvisa já havia concedido autorização para o uso emergencial da vacina Jynneos, uma vez que o imunizante não possuía licença no Brasil. Essa autorização foi renovada em fevereiro deste ano, mas está prevista para expirar novamente este mês.

 

Os grupos que podem estar em maior risco de contrair mpox incluem:

  • Profissionais de saúde e cuidadores expostos ao vírus;
  • Pessoas que vivem ou convivem de perto com alguém infectado, incluindo crianças;
  • Pessoas com múltiplos parceiros sexuais.

Além disso, a vacina pode ser administrada após a exposição ao vírus (profilaxia pós-exposição). Nesse caso, a vacina deve ser aplicada dentro de 4 dias após o contato com uma pessoa infectada. Caso a pessoa ainda não apresente sintomas, a vacina pode ser administrada em até 14 dias.

Alguns antivirais receberam autorização de uso emergencial em alguns países e estão sendo avaliados em ensaios clínicos. Até o momento, não há um tratamento antiviral comprovadamente eficaz para a mpox. Portanto, é crucial continuar a pesquisa sobre terapias em ensaios clínicos robustos e focar na otimização dos cuidados de suporte aos pacientes.

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