Leptospirose - Exame PCR
Leptospirose
Sinais e Sintomas
Os sintomas são semelhantes aos de outras doenças como gripe, febre amarela, dengue, malária, hantavirose e hepatites, incluindo febre, dor de cabeça e dores no corpo, principalmente nas panturrilhas. Em cerca de 10% dos casos, pode-se manifestar de forma grave, com icterícia, hemorragias e comprometimento renal, podendo levar ao coma e até à morte, surgindo geralmente de dois a 30 dias após a exposição, comumente 7 a 14 dias depois.
Transmissão
A transmissão geralmente ocorre pelo contato com água ou lama de enchentes contaminadas com urina de animais portadores, como ratos, facilitada pela presença de ferimentos na pele. A ingestão de água ou alimentos contaminados também pode transmitir a doença.
Diagnóstico Clínico/Laboratorial
A necessidade urgente de diagnóstico rápido no momento da admissão impulsionou o desenvolvimento de vários ensaios de PCR. Sua principal vantagem é a capacidade de fornecer um diagnóstico definitivo durante a fase aguda da doença, antes mesmo da detecção de anticorpos, melhorando assim as chances de tratamento eficaz. A técnica de PCR pode detectar o DNA da leptospira no sangue dentro de 1 a 10 dias a partir do início dos sintomas, com uma carga bacteriana que varia de 105 a 109 leptospiras/L durante esse período. Já para exames sorológicos, a detecção do anticorpo para a leptospirose é em torno de 10 a 25 dias após o início dos sintomas.
Um aspecto crucial da PCR é sua capacidade de detectar leptospiras (DNA da bactéria) mesmo em amostras de sangue que não cresceram em cultura, o que pode ocorrer após o tratamento antimicrobiano, mas o organismo permanece inviável. A metodologia de PCR se baseia na detecção de genes universais em bactérias, como gyrB e rrs, ou genes específicos da Leptospira spp., como lipL32, lfb1, ligA e ligB2. Atualmente, ensaios convencionais foram substituídos pela PCR quantitativa em tempo real (qPCR), que oferece maior sensibilidade, especificidade e menor risco de contaminação, exame realizado atualmente no setor de Biologia Molecular do Laboratório Bom Pastor.
A constante evolução desses métodos destaca a importância da avaliação contínua e adaptação dos primers e sondas para garantir a detecção eficaz dos isolados de leptospiras circulantes.. Bedir e colaboradores demonstraram que o teste molecular de PCR em tempo real geralmente apresenta uma eficiência entre 83-105%, porém, a assertividade pode variar entre 80-110%, sugerindo a necessidade de avaliação contínua do paciente para evitar resultados falso-negativos. É muito importante a coleta de amostra (sangue+urina) no estágio inicial da doença.
Fonte: Fiocruz
Musso, Didier, and Bernard La Scola. "Laboratory diagnosis of leptospirosis: a challenge." Journal of Microbiology, Immunology and Infection 46.4 (2013): 245-252.
Bedir, Orhan, et al. "Simultaneous detection and differentiation of pathogenic and nonpathogenic Leptospira spp. by multiplex real-time PCR (TaqMan) assay." Pol J Microbiol 59.3 (2010): 167-73.
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